Conheço uma mulher que não tem trinta anos. E mesmo assim algumas vezes aparenta ter muito mais que isso. Ela grita com o parceiro, grita alto.
Age como uma louca, com uma incontrolável detemperança em lidar com ele. Desaforada como só, pode estragar tudo num minuto. Tem esse dom. Essa incrível capacidade de destruição.
Infelizmente, pode ser mil vezes pior que o pior bandido do mundo - tudo num segundo. Essa mulher não tem papas na língua quando o assunto é dizer o que pensa. O pior de tudo é quando ela faz para agredir. Vira agressão gratuita. Vira imperfeição.
Uma sinfonia inteira de agressão. Tudo via palavras, que expressas através de gritos, doem mais que qualquer maldade do mundo dita de mil maneiras diferentes.
Uma infinidade de gritos machuca mais que um minuto de pancadaria.
Então, por favor mulher minha, não grite mais! Não grite tanto! É tão soberba a mulher que fala manso, e para isso não precisa ser mansa, subserviente - apenas precisa ter classe para se expressar. O que com certeza faz toda a diferença!
Quem escuta uma mulher gritando (em pleno ataque nervos) é como um náufrago derivando em alto-mar. Nunca sabe quando vai sair dali vivo... nunca sabe quando sua sorte vai melhorar...
A vida não combina com gritos. Talvez com rugidos. Mas gritar é desperdiçar chances preciosas de se falar coisas sinceras e belas de um jeito amável. De se fazer toda a dferença em um dia de sol ao lado de quem se ama.
Eu não possuo o dom da divindade única e incontestável. Sou humano, sou um cara que erra muito. Erro pra caralho. Mas não posso negar a desagradável sensação de ouvir uma mulher gritando. Principalmente quando o que se tem é uma relação de namorados, de noivos, de marido e mulher.
Um mínimo de descência na relação ajuda na construção do que se tem como confiança. E descência nunca se construiu com gritos. Com insultos. Com destemperança. Sem consideração.
Mais que um minuto de agressão num grito vale uma simples declaração de amor. Daquelas que te tiram o fôlego e que te fazem sorrir.