Ano novo é tempo de prestar atenção nos erros do passado. Isso me faz lembrar de um velho ditado que li durante minha juventude, que dizia mais ou menos o seguinte Se um problema tem solução, não é necessário preocupar com ele; se não tem, preocupar-se também não vai resolvê-lo. Com esse espírito, minha saudação a 2010 chega. Repleto de esperança, mas consciente dos limites, tentarei transitar livremente dentro deles; por isso, resolvo escrever essas linhas. Para dar conta do que ainda não chegou, não aconteceu - do improvável, do que nos causa dor exatamente porque desejamos que seja ou aconteça.
No novo ano que seguirá adiante, novos vícios poderão ocupar algum lugar dos antigos; novas idiossincracias serão inventadas, outras enterradas e outras, ainda, remodeladas e reescritas. 2010 será o primeiro ano do resto de nossas vidas. O último suspiro daqueles que se agarraram ao passado, via ano velho - ano passado - ano obsoleto. E tudo o que foi não mais terá espaço na primeira página. O twitter anuncia agora tudo muito mais online que o rádio na década de 40 do século passado. Novos episódios de Lost, Heroes, The Big Bang Theory. O que mais virá? Quem mais partirá, nos deixando mais tristes e vazios?
2010 promete superar nossas expectativas menos pela nossa esperança em dias melhores que pela nossa fé cega que ainda podemos acertar, dar certo (no bom sentido, não me entendam mal)- mesmo com todas as nossas dívidas e desacertos.