O que é novo é a dor,
que assola, atormenta o amor.
Mais que um sentimento,
é um tormento,
uma permissividade que invade,
faz arruaça, traz lamento,
contraria a esperança e faz torpe o ardor.
Essa infame inglória
arrebenta com a alegria, acaba com a paz.
Destruidora do colorido,
do que outrora florido,
arrancadas várias páginas de uma linda história.
Como um monstro que ri e zomba,
e ao mesmo tempo contorce
as articulações para causar mais dor.
A palavra é essa - dor -
que arregaça com o que foi lindo,
com o que foi bem colorido.
O que sobra é um céu rasgado de cinza,
com cor de lágrima.
E parece que é uma cor perpétua,
que açoita e sangra o coração partido ao meio.