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Keeping the help on



Após esse lengua-lengua de Happy Christmas voltemos à vida real. Ao feio, ao podre e ao desagradável. Ao dissimulado e ao faz-de-conta que não existe - porque é assim que encaramos a pobreza, a miséria, a fome.

Porque para muita gente o pobre é poluição. Porque é tão difícil estender a mão. Principalmente quando tal gesto não se fotografa para virar marketing, responsabilidade social.

A pergunta que se faz nesses tempos é de difícil assimilação, difícil engolimento. Será que fazemos o mínimo daquilo que realmente podemos fazer, todos os meses, todos os dias, para ajudar alguém que realmente precisa da nossa ajuda?

Porque fazer uma vez é fácil. Fazemos uma vez e esquecemos que o problema existe. Esquecemos que podemos continuar fazendo. Continuar ajudando. keeping the help on.

Então, o que falta para que isso aconteça? Sinceramente? Não sei. Não posso falar nem por mim. Mas é algo que me incomoda, me deixa aturdido em meio ao festejo e à badalação.

Sociologicamente falando, é sintomático. Retrato de uma nação única no mundo, a que chamou Darcy Ribeiro de "País do Futuro". Cara, não sabemos onde vai dar nem o que vai acontecer. Sabemos, bem e somente, que ainda falta muito... muito... muito o que fazer.

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[Façamos!]