Qual a intenção com o voto nulo? É simples. Buscar a verdade através do voto. Ou melhor, através do anti-voto - não aquele anarquista, mas o essencialmente democrático. E democrático porque não é possível que tenhamos que escolher o menos ruim simplesmente porque é uma questão de sobrevivência eleitoral. O povo deveria ter o direito de não concordar com os candidatos que se disporam a serem eleitos e vetar suas candidaturas pelo mecanismo da urna. Senão, se eu não acreditar em nenhum dos dois candidatos, ainda assim terei que votar em um deles? É no minínimo injusto. Uma afronta. Você deve ter como não escolher nenhum. Faz parte do jogo. Não se posicionar diante de nenhuma das opções. É aquela famosa expressão (acho que já abolida dos vestibulares): n.d.a.
Ora, a questão não é covardia política. Muito longe disso. A questão é sobrevivência política. Resistência política. Consciência política. Fica claro que o voto nulo antes de ser taxado de qualquer coisa, deve ser considerado como a opção dos sem-opção. Daqueles que, revoltados com os políticos, expressam duas insatisfação através do anti-voto. Da anti-escolha. Do anti-engodo.
Afinal de contas não se deve ser tão condenável quem vota nulo. Deve ser aplaudido por manifestar sua opção diante da falta de opção. Diante da estagnação de melhores opções de candidaturas. Porque nem vou me atrever em citar a lista interminável de denúncias do MP, escândalos de compra de votos e favores políticos, etc, etc, etc.
Só vou citar um texto que recebi via e-mail e que me chamou a atenção sobre o assunto: Porque votei nulo, de Edward Bloom, da Coluna Especial Eleições 2006 do Digestivo Cultural. Sintam-se à vontade para visitar. São links especiais que valem a pena ser vistos.
E outra coisa: voto nulo não é omissão. É posição. Não anula eleição, mas revela insatisfação. Mostra que o que está não se aprova, não se aceita, não se quer. Voto nulo é uma escolha dos sem-opção para provar que do jeito que está não pode continuar. Voto nulo é uma bandeira contra a tirania da escravidão de se votar em quem não se confia. Voto nulo faz bem sim, e reafirma o compromisso de amor ao País, ao Estado e à Nação.