
Uma cena marcante, e de certa forma, profetística, é aquela onde um dos helicópteros abatidos por Kong se choca contra uma das torres. Todo o aparato de combate ao grande macaco se dá num circo armado exatamente tendo o World Trade Center como arena única e exclusiva. Todo grande final se dá dessa maneira. Desde quando Kong, ao olhar as torres gêmeas, lembra-se de uma dupla de montanhas de sua ilha natal, que aliada à imagem mítica da lua o conduz ao seu cerco final, armado em torno do Word Trade Center Plaza.
Um dos pôsters do filme postado acima dão conta disso. Não podemos negar que a imagem é emblemática. Reveladora de uma tragédia anunciada (?), que descortinou fantasia em realidade. A incoerência em matar antes e depois.
King Kong sempre foi um filme triste. Em suas três versões (1933, 1976 e 2005) sempre acaba com morte, covardia e tragédia pública. Principalmente pela morte do astro principal é certo, mas também em muito pela tragicomédia que acaba virando. Anti-natureza, anti-herói, anti-paz e amor.
Por isso, King Kong é um filme chato. Porque sempre a imprensa faz a festa no final, sobre Kong no chão, derrotado, atropelado pela indústria da mídia. Pronto. Criou-se uma geração da tragicomédia kingkonguiana que não ficou nada engraçada alguns anos mais tarde, no mesmo palco do filme de 76.