Páginas

Eu sempre quis publicar um livro de poemas


Eu sempre quis publicar um livro de poemas. Sabe, livro mesmo. Daquele que vc pega, olha, folheia, cheira... (cheirinho de livro novo é uma maravilha). Aí veio a internet e tenta dia após dia destruir esse meu velho sonho de criança.

Nunca eu quis tanto uma coisa como isso. Acho que só já quis tanto a mulher que tenho hoje. Ah sim, essa mulher eu já quis muito, como ainda quero e ainda vou querer por muitos amanhãs. Essa querência toda fundamenta-se na incontigência do já ter tido, do já ter perdido e ter recuperado. Tudo isso sem backup, sem cópia de segurança, sem senha de auto-recuperação. Essa mulher não conta porque não concorre. E além do mais o post não é sobre o meu amor. O post é sobre publicar.


Publicar é criar, dar a luz novas palavras. Fazer acontecer uma guerra em um segundo, hastear a bandeira da paz e selar um acordo de cooperação mútua internacinal entre todos os versos de cada poema. O livro que nasce da publicação com o tempo vai criando vida própria, e em pouco tempo se torna senhor do seu próprio nariz. Não se tem mais controle dele a partir daí. Mas quem se importa? Os livros são publicados, nascem, para criarem asas. Criamos os livros para o mundo, não para nós. Os livros - de longe - guardam semelhanças com os filhos.


Eu sempre quis publicar um livro de poemas.
Um livro que contasse toda a história da minha vida, que falasse dos meus sonhos em ser poeta, em morrer de amor. Queria um livro para alimentá-lo com meu amor incondicional, que não se encontra fácil em qualquer esquina. Mas para isso eu preciso vencer a luta com a internet, essa destruidora incansável de livros de papel que criam bolor. A internet é a vilã de quem, como eu, sempre quis publicar um livro de poemas. Mas descobriu de repente que a rede pode ser uma alternativa bem mais fácil e viável. Mesmo assim, quero publicar um livro de poemas. Em papel.


Leitura complementar sugerida:

2. Como Publicar Seu Livro? Por Fábio Yabu. No Yablog, 07/09/2006.