Ruas de Fogo



O raio de sol atinge parte da mesa,
já não é mais seguro aqui onde estou,
outrora o vento vinha de leve visitar meu rosto -
uma brisa calma, serena e gostosa...
hoje em dia meu mundo é outro:
eu presencio a violência, caminho ao lado da dissimulação,
meus passos precisam ser ligeiros,
minha boca fica mais seca que o habitual...
o calor e o asfalto quente cheiram a enxofre,
o bafo quente das ruas parece contaminar a tudo e a todos;
já não há mais calmaria, nem sossego...
... a cada minuto um desafio; a cada hora vencida, um respiro de alívio;
onde vou chegar ? Não sei.
Só sei que o mundo vilipendia o sonho e vai minando a esperança.
A fé é o que deve restar. De longe, a temperança.