saudade
nossa como dói,
essa ausência sua, filho,
essa impossibilidade de
tê-lo nos meus braços,
do seu pai sorrir com seu sorriso,
do seu pai distrair-se um segundo e você já estar em cima do sofá
- me esperando - e pra começar a rir, a gargalhar ...
como dói, filho,
essa sua ausência doída,
que me maltrata o coração,
me retalha em mil pedaços,
porque a saudade é mais forte do que tudo,
(será que a saudade é mais forte que a fé?)
a saudade teima em queimar tudo dentro de mim ...
dói demais, filho,
a lembrança dos seus passos correndo pela casa,
as dores lombares do seu pai que corria atrás de você,
a brincadeira de esconde-esconde que você adorava ...
dói essa dor doída,
a mágoa da saudade,
o cinza escuro da névoa entristecedora da amargura
que o dissabor da saudade provoca -
e o ensurdecedor silêncio da casa vazia,
sem seu grito, sem seu choro, sem sua linguagem iniciante...
dói essa dor no peito
essa sua ausência sua, filho,
que Deus nos abençoe
e possa nos consolar e acalentar os nossos corações.
o meu coração vai ser sempre andar junto ao seu coraçãozinho.