Feliz Ano Novo!
O que pode ser mais normal do que o absurdo inglorioso do noticiário que chacoalha nossos cérebros? - Há mais uma morte, mais um tiro, mais uma fatalidade. O jornal vende, vendem-se os anúncios da televisão. Alguns poucos lucram, mais alguns trabalham para que aqueles poucos ganhem; muitos suportam esse processo comprando o jornal, a tv e os produtos que a propaganda vende. Tudo se vende. O amor, vendido, é item de coleção, símbolo de status e manutenção de status quo, junção de heranças e contas-correntes. O império do ano novo é o engano de que no novo ano tudo será diferente. Na verdade pouco muda. Somente renovamos nossos sonhos, nossos desejos que quase sempre nos aprisionam ou nos matam. Não temos certeza do próximo passo, somente conhecemos a contagem regressiva. Antenados, todos se abraçam. Que alegria, quanta festa! Alegre-se, é Ano Novo!