vicissitudes

Eu quero um lugar tranquilo,
pra escrever memórias,
pra descansar na rede,
pra descontrolar meu sono,
e perceber o caminho do vento pelas nuvens.

Eu quero um lugar tranquilo,
onde eu possa me encontrar entre cochilos,
possa rever velhos amigos,
e perceber qual caminho o dedo de prosa toma
quando o assunto de "como você está"
acaba virando "quanto você está ganhando"
ou ainda "eu tenho isso e aquilo melhor que você".

Eu quero um lugar tranquilo ainda,
pra que possa esquecer dos desafetos,
das mágoas deixadas no coração,
onde eu possa limpar minhas feridas,
e possa pendurar, orgulhosamente,
uma bandeira do meu Fluminense.

Enfim, eu quero um lugar tranquilo,
onde eu possa criar meu filho,
possa plantar e colher,
e possa sentir a chuva cair e molhar meus pés,
para que a relva trate de absorver todas as dores
que estiverem caídas,
e transformá-las em vicissitudes.