escrever - a tentativa última da imortalidade


Escrever não é nem rendição suprema dos fracos, nem o ópio dos fortes. Escrever é a suprema dilaceração dos sentidos, aquilo que o homem já não carregará mais para sempre dentro de seu ser. É a tentativa última da imortalidade, o mais alto degrau para a racionalidade. É o que nos aproxima mais veementemente daquilo que por vezes quase nos mata, nos asfixia. Escrever é o encontro do eu com sua mais profunda intimidade e apatia - porque o que se larga no papel é o que se encontra na retina, porque justamente o que os olhos veêm o coração sente.