
estou dilacerado por certas verdades
o coração no peito bate forte
a distância pode ser medida por alguns poucos minutos
eu não alcanço o infinito distante
mesmo que eu esteja um pouco adiante
não chego até onde moram os seus poemas
que deixaram poucos rastros
o suficiente para que eu atravessasse a floresta
os meus sonhos, os meus devaneios, as minhas loucuras
estou dilacerado por certas verdades
não encontro resposta para minhas perguntas
meus próprios passos apagam meus rastros
o vento leva o poema
da janela vi voar embora vários rascunhos
eram escritos de amor
eu mesmo não conseguiria escrevê-los melhor
pareciam saídos de um conto de fadas
de uma estória romântica
ou de um livro de Camilo Castelo Branco
estou dilacerado por certas verdades
eu saio daqui - nos meus sonhos -
e vou habitar seus poemas
suas verdades parecem me aquecer
ao mesmo tempo que me afogam
estou dilacerado por certas verdades
eu somo todos os meus medos
adio contar meus segredos
refaço as contas e os passos
porque quero destilar o poema
quero desfilar o sentimento
descobrir o que permance encoberto
porque eu saio daqui sem seus olhos
imaginando sua leitura
imaginando seu sorriso
sua satisfação
estou dilacerado por certas verdades
em meio ao caminho
em meio à guerra
até agora sozinho
faminto pela leitura do poema
que fará o sonho voar longe
encontrar um porto seguro
aterrar
e o mundo todo à volta
e o sonho todo pronto
to keep flying
the bird that don't sing
the bird that born to fly
de no dejar morir el corazón
estou dilacerado por certas verdades
o meu tempo que passa num instante
o olhar que é o suspiro da felicidade
el corazón que late fuerte el pecho
e o novo dia que não chega nunca
que demora a acontecer
que não nasce, que não aflora
que não sai da toca - não sai da toca
estou dilacerado por certas verdades
el corazón que late fuerte el pecho