L'éternité



Sal na boca. Soltam-se todas as bruxas de repente. São as declarações mais falsas do mundo que mais incomodam. São as mentiras que mais machucam, as que mais escondem lágrimas por detrás dos sorrisos.

Felizes daqueles possuidores de amores impossíveis. Nunca estarão sujeitos às traições e às incompreenções do amor. Aquela rispidez mórbida da intolerância. Aquele torpor inconfundível quando se trata de destemperança. São falsas promessas que doem tanto quando não mais é possível tratar-se um ao outro como iguais.

Indiferentemente, enquanto tudo parece levitar, escondemos do outro os medos mais profundos, as misteriosas sensações de ignorância - e depositamos tudo em lugares úmidos e escuros, longe da luminescência dos olhos. Pois é aí que aprendemos a reparar mais em nossos próprios erros. É aí que ao ser mais modernos desaprendemos a ser eternos.